terça-feira, 19 de junho de 2012

Fones de ouvido: cigarros modernos

Cigarros - além de bengala psicológica, inclui ou exclui da sociedade.
Inclui: aos seus iguais e aos que creem ser o fumante um descolado cowboy solitário como os das antigas propagandas.
Exclui: dos que odeiam seu cheiro e seus males. Dos que pensam ser o fumante um tonto que precisa de "um amigo fiel", de uma bengala, para encarar o mundo com a atitude do cowboy soltário das antigas propagandas.
Fato: fede e faz feder, faz mal e o mundo mudou: são poucos os que acreditam nos cowboys solitários das propagandas.

E o fone de ouvido, o que tem a ver com isto???

Inclui: aos que gostam do estilo "sou solitário e curto minha canção. Não estou nem aí pra vc, mundão".
Exclui: à todo o resto do mundo que não está escutando sua canção.

Tudo medo, tudo solidão.

Outro dia me deparei com uma cara andando no shopping com seus dois foninhos no ouvido (tudo bem, não pode fumar, mas pode ouvir música) com cara de quem curtia sua canção, cheio de atitude.
Tropeçou no piso. Caíram os fones, quase caiu o MPsabe-se-lá-o-número. Caiu a bengala, tava todo exposto... mó comedia!!!

O mundo te encontra, cara.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Árvre, arvrinha, arvredo

Amo árvores e tenho a sorte de morar em Ribeirão Preto onde árvores maravilhosas florescem nos alegrando os olhos e a alma.
Amo a florada dos flamboaiãs, com suas sementes gigantes e que caem como armas em nossos carros em nossas comuns ventanias.
Amo a florada dos ipês, desde os rosados contrastando ao nosso céu azul único, os amarelos, que iluminam a paisagem parecendo árvores mágicas de ouro e os brancos, ah os brancos! Sem dúvida o mais próximo que conseguimos chegar das árvores européias cobertas de neve e tão surreais na paisagem desta cidade de duas estações tão bem definidas: verão e inferno!
O curioso é que desde de bem pequena presto muita atenção à cada uma delas. Verifico as folhas, seu formato, suas flores, seu casco, fazia poções com suas partes sempre tentando conseguir uma cor bonita (quem já fez isso sabe que sempre fica marrom no final!) e/ou extrair seu perfume (quem já fez isso sabe que sempre fica com cheiro de mato amassado mesmo!).
Mesmo sendo de cidade grande cresci subindo em árvores e sempre tentando escalá-las até o galho mais alto que pudesse. Ficava lá horas e meu sonho era ter uma casa na árvore (quem nunca quis ter uma casinha na árvore?). Chegava a levar almofadas, tentar fazer um elevador e até pregar uns pregos gigantes nas pobres na tentativa de fazer uma plataforma, mas sempre sem sucesso - as almofadas caíam, os pregos não entravam e levar o quê no raio do elevador???
Com meus primos do interior era também muito divertido. Todo mundo subia, numa ordem certa por lugar, e ficávamos lá na goiabeira do pasto, onde era a sede de "nossa rádio" brincando e brigando!
Quem nunca fez um balanço numa árvore (ou pelo menos tentou), ou arrancou umas folhas ao passar, ou se abrigou em sua sombra reconfortante?
Há quem diga que seus frutos ficam no alto na intenção da natureza de proteger sua parte mais importante e sensível dos gases tóxicos que ficam próximos ao solo, como também nossa cabeça fica no alto (O perfume).
Há quem já tenha caído feio de uma e quebrado costelas (papai!).
Há quem tente se refugiar da chuva embaixo delas e quem passe bem longe por medo de insetos e cocô de passarinho!
Há quem tenha medo de subir em uma.
Há ainda quem nunca tenha abraçado uma - esse são loucos!
AMO as árvores, e você?