domingo, 14 de outubro de 2012

Dia comum

Num dia como esse eu acordo ao lado do amor e o amor à meu lado me leva a viver.
Tomo um café da manhã com um pão integral de quinoa e castanha do pará, nem gosto mas estava pronta a experimentar.
Num dia como esse sei o que vou fazer de almoço e que deve sobrar pro jantar e saio cedo pra comprar ingredientes.
Tenho meus olhos abertos e minha sensibilidade solta e a caminhada de uma quadra até a padaria me traz imagens para refletir o dia todo.
Uma senhora linda e simpática, usando uma bengala nos pede pra cuidar de uma outra senhora cega caminhando pela calçada e que pretendia virar na rua Barão do Amazonas, em seu sentido inverso e totalmente diferente do nosso.
Resolvemos mudar nosso caminho e seguir a senhora cega, bem a nossa frente e que nem sabia que estávamos logo atrás dela a observando e nos certificando que ela realmente iria virar na rua certa.
E seguimos seus passos, sua bengala guia, sua mão nas paredes que por uma ou duas vezes a enganaram com suas reentrâncias até que enfim, na curva correta, ela conseguiu, virou, seguiu seu caminho e nós o nosso, aliás, voltamos a ele.
Num dia como esses, acho ainda tempo pra caminhar, tomar garoa, refletir sobre a vida e terminar com lasanha e Faustão na televisão.