sábado, 31 de agosto de 2013

SUPER

Sou vidrada em super-heróis, seres de outra ou de nossa dimensão mesmo, com poderes maravilhosos, extraordinários mas que em comum têm o fato de nos salvar de apuros que nós, meros mortais, somos capazes de entrar mas não de sair sozinhos.
O Brasil, infelizmente, não é um bom berço destes seres. Acho que por nossa realidade ser tão dura acabamos por ter como nosso maior inimigo o cotidiano de nossas vidas e contra este, o melhor super-herói é um bom copo de cerveja e uma ou duas peladas (a futebol e a boazuda pelada mesmo)!
Não contar com estas entidades incríveis, no fundo, é uma coisa boa, porque nem temos arranha-céus nos quais o homem-aranha grudar suas teias e ir pulando de prédio em prédio. Além disso, creio que ele só poderia atender chamadas nas áreas nobres já que no subúrbio Spiderman se enroscaria todo na fiação elétrica e telefônica. Um fiasco! Tampouco seria possível ver um BATsinal enviado do Capão Redondo lá pra Serra da Cantareira, onde provavelmente se localizaria a BATcaverna. 
Aliás, graças às nossas ruas estreitas, a maior parte da Liga da Justiça ficaria impedida de nos ajudar porque onde é que é que a Mulher Maravilha iria pousar o raio do jato invisível que serve de lotação pra galera que não voa? Só se for no campinho de futebol da área, mas se ficar meio longe pode ser que a operação se inviabilize por motivos... técnicos?
Não voadores excluídos nos sobram super-heróis voadores  como o Superman, mas convenhamos: verde e amarelo não fica legal no super uniforme de ninguém, nem vem!
Falando dos multimilionários Wayne e Stark - algo semelhante no Brasil seria Roberto Justus? Eike Batista?
Roberto Justus não me parece tão inteligente a ponto de criar supermáquinas e sua queda por casamentos atrapalhariam sua imagem e sua concentração nas missões: imaginem a manchete "mulher de super-herói faz quadradinho de oito na TV"! Isso desconcentra, cara!
Eike Batista até tem a atitude certa, faz o tipo audacioso, confiante. Complicado seria ficar caindo de status de bilionário pra milionário e ter seu crédito suspenso e não poder concertar sua armadura de Homem de Ferro... e tem outra coisa, esta história de ter seu filho Thor cometendo crimes e saindo ileso por causa de papai não dá, né? É tipo escorregar do lado "do bem" para o lado "do mal", tipo ficar passando toda hora pro "dark side of the force", se bem que vai ver que é essa a forma do super-pai meio que dar super poderes ao garoto...
Mas sabe, uma coisa que Eike sabe escolher é nome de filho: Thor, o rei do trovão! Pra mim soa perfeito para um super-herói ícone para o Brasil. Não voa, não balança de teia, não precisa de sinal luminoso e não requer espaço para seu avião porque seu super meio de transporte é seu martelo que também é arma e cabe em qualquer lugar. O único problema é que sinto que os ativistas de plantão iriam logo achar preconceito que em um país de maioria negra, o super-herói símbolo fosse logo nórdico, forte e de olhos azuis. E eles certamente eles receberiam o apoio dos machistas brasileiros que chamariam o cara de bichinha pra baixo por causa de suas roupas de couro e suas longas madeixas. Isso sim é preconceito... e inveja! Eu VOTO no THOR!!!
 A verdade é que nesse país de ladões de galinha, pés de chinelo, política absurdamente corrupta e justiça duvidosa, só louco pra querer ser super-herói.  Por falar em louco, já imaginaram? Um monte de super-heróis meio pancadas da cabeça? Uma super DESliga?
Teríamos um super TDA (transtorno de déficit de atenção), o super-herói que esquece que vai salvar o mundo no meio do caminho porque se distrai com um passarinho.
A super TOCgirl (transtorno obsessivo compulsivo), a heroína que precisa dar três socos, duas giradas, seis chutes senão o inimigo não morre, sempre usando luvas pra não pegar germes!
O super Bipolar, o herói que às vezes é do bem e às vezes é do mal.
O super Esquizofrênico, está sempre pronto a lutar contra os inimigos imaginários.
O super Síndrome do Pânico, que às vezes não consegue lutar porque está congelado de medo mas que quando vai, só perde para portas trancadas e lugares apertados...
Brincadeiras a parte, como não temos Super Liga e tampouco Super DESliga, vamos tendo que nos contentar com os "super planos do governo" mesmo, do tipo "super bolsa família", "super bolsa presidiário" que como paliativos são ótimos em nossa sociedade cega talvez de tanta, tanta cerveja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário