sábado, 20 de novembro de 2010


Estava eu toda feliz no supermercado (nem tanto - minha mãe tinha de fazer compras e ela sempre demora hoooras!), quando senti um desagradável chamado da natureza e tive que dirigir-me ao banheiro da instituição com mil caraminholas na cabeça, do tipo: putz, bem agora?! Que droga! Que nojo!... Mas não teve jeito. Tive que ir lá na casinha, e lá chegando, deparei-me com três moças, prováveis funcionárias do mercado em provável hora de descanso. Uma estava no sofazinho de amamentação, toda deitada folgada de pernas pro ar, e duas de pé que nem vi seus rostos.
Percebi que tinha entrado no meio de uma conversa importante que, sem nenhum constrangimento, continuou enquanto eu higienizava e forrava o assento do vaso sanitário:

"_ Dai eu disse a ele...

_ Ele é aquele cara que veio aqui no outro dia?

_ É sim.

_ Ele é bonito!

_ Ele é segurança lá. Daí...

_Nossa! Ele é bonito!

_ É. Daí ele me ligou no celular e perguntei, quem tá falando? Ele respondeu: - Aqui é o cara que você beijou ontem a noite. Quem foi que te deu meu telefone, perguntei e ele disse: - Suas amigas. Elas te amam!

_ Só estou ligando pra saber se vc quer tomar uma cerveja hoje a noite.

_ Daí eu fui... fomos lá na 13 e bebi, bebi pra caramba... nós dois... Chegou uma hora que ele disse: Vamos embora? Quero te levar no Savana. Eu disse: quê? Vc sabe, né, na minha cidade não tem nada disso a gente vai pra casa. Daí eu disse: como assim? Só porque eu vim tomar uma cerveja com vc, já pensa que vou fazer outra coisa?

_Eu vou te dar o meu carinho, o meu amor, depois se rolar mais alguma coisa... Mas a gente só vai lá pra eu te dar o meu ca-ri-nho (palavras enfatizadas faladas em sílabas)... Eu respeitar a sua vontade!

_Daí fomos. Ele pegou uma suite de duzentos e setenta reais e disse: Essa é a mais barata que eu pego.

_ Vixi!

_Nossa! A mais barata? (risos)

_ Daí rolou o que tinha pra rolar, né? (risos) E estamos juntos até hoje... E aquele lá disse que eu ia trocar ele por ela e me largou...

_ Trouxa!

_ Idiota!"

Serviço feito (até demorei-me um pouco mais divertindo-me com a história), saí da cabine banheiral e procurei ver o rosto da interlocutora da história, mas ela ainda estava de costas e só pude ver seus cabelos negros e cacheados presos em uma daquelas redinhas com laço em um coque bem feito, no topo de sua cabeça pequena, amparada por seu pescoço negro, no topo de seu corpo baixo e tipicamente brasileiro, assim como seu sotaque nordestino.


2 comentários:

  1. Adorei a conversa, mas vc podia muito bem ter dito apenas que foi ao banheiro do supermercado... sem maiores detalhes, saca? Esses blogs acabam por expor demais a nossa intimidade! rsrsrsrs
    Love

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  2. A dúvida é, você foi fazer o número 1 ou o número 2?!kkkkk

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